Quais são os sinais que indicam excesso no uso de telas pelas crianças?

Psicóloga Infantil alerta para as consequências desse comportamento à saúde mental dos pequenos.

* Texto por Helen Lima, em entrevista à Laís Verçoza, psicóloga infantil.

Quais são os sinais que indicam excesso no uso de telas pelas crianças?

Psicóloga Infantil alerta para as consequências desse comportamento à saúde mental dos pequenos.

As crianças da geração atual já nasceram em um mundo hiperconectado, repleto de estímulos visuais e sonoros vindos de dispositivos eletrônicos como celulares, televisores e tablets.  Se utilizada de forma responsável, essa interatividade pode ser uma ferramenta importante no processo de aprendizado, mas especialistas chamam atenção para o excesso de exposição às telas. A prática se consolidou durante a pandemia, diante da impossibilidade dos pequenos frequentarem a escola e saírem para brincar ao ar livre. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso exagerado das telas pode influenciar no atraso do desenvolvimento de habilidades de comunicação e interação social. 

Laís Verçoza, Psicóloga Infantil na Clínica Rezende, destaca que são inúmeras as consequências desse hábito na infância, entre elas o aumento de sintomas ansiosos e depressivos, isolamento social, agressividade e dificuldade de concentração em outras atividades do cotidiano. “De forma geral, todo o desenvolvimento emocional da criança pode ser prejudicado com o uso excessivo das telas, pois se elas passam a maior parte do tempo envolvidas com os dispositivos eletrônicos, terão menos oportunidades de interagir pessoalmente com seus pares e explorar seus sentimentos”. 

A especialista também reforça a influência que as redes sociais podem exercer na formação da autoestima dos pequenos. “Eles podem sentir que não estão atendendo aos padrões – muitas vezes irreais – estabelecidos pela sociedade, fazer comparações com outras pessoas e até mesmo serem vítimas de cyberbullying (quando as agressões e intimidações acontecem no ambiente digital)”. 

Familiares devem ficar atentos aos sinais de excesso

Os pais e demais pessoas envolvidas no cuidado das crianças são aliados importantes para combater o uso nocivo dos eletrônicos. Laís Verçoza lista alguns indícios de que o tempo de tela está ultrapassando um limite saudável, confira: 

  • Mudanças de comportamento, como querer ficar sempre sozinho no quarto e deixar de fazer atividades que gostava, como sair de casa e praticar esportes;
  • Impaciência, ansiedade e agressividade, principalmente quando a família tenta proibir ou reduzir o uso de eletrônicos; 
  • Alterações no padrão de sono;
  • Diminuição do rendimento acadêmico. 

Diante desses sinais, a profissional recomenda o acompanhamento psicológico como uma alternativa extremamente benéfica para auxiliar os pequenos a estabelecerem uma relação mais saudável com as telas. “Ao realizar uma avaliação individualizada, o Psicólogo irá entender melhor o padrão de uso da criança, bem como os hábitos e comportamentos relacionados, identificando aspectos emocionais que podem estar influenciando nesse excesso. O tratamento ajuda na regulação emocional, no manejo da ansiedade e de outros sentimentos”. Laís complementa dizendo que esse acompanhamento também tem a função de orientar os cuidadores, apoiando-os na definição de estratégias para o bom uso das telas. 

A responsabilidade é coletiva

A Sociedade Brasileira de Pediatria possui um Manual de Orientação sobre o uso de telas, no qual recomenda a limitação de tempo de acordo com a faixa etária da criança: 

  • Até dois anos de idade, é bom evitar a exposição às telas, mesmo que passivamente; 
  • De 2 a 5 anos, o tempo deve ser limitado a no máximo 1 hora por dia, sempre sob supervisão de um adulto; 
  • Crianças entre 6 e 10 anos devem limitar o tempo de 1 até 2 horas por dia, sob supervisão; 
  • Adolescentes entre 11 e 18 anos não devem ultrapassar o máximo de 3 horas por dia, ainda sob supervisão. É importante evitar o uso à noite, não sendo indicado “virar a madrugada” nas telas. 
  • Em todas as idades, é fundamental não utilizar as telas durante as refeições e se desconectar uma ou duas horas antes de dormir.

A Psicóloga da Clínica Rezende aconselha que os pais e demais responsáveis incentivem programas offline, como brincadeiras ao ar livre e atividades artísticas, promovendo momentos de maior convivência familiar. Ela também chama a atenção para os cuidados com a segurança das crianças no ambiente digital. “Monitorar o que o seu filho está vendo e jogando é muito importante. Estimule a comunicação e oriente sobre a importância do equilíbrio”. 

Laís Verçoza ressalta a necessidade dos responsáveis se envolverem ativamente no desenvolvimento de hábitos saudáveis relacionados ao uso das telas. “As crianças aprendem principalmente pelo exemplo e pela observação dos comportamentos da família. Se elas veem o adulto passar muito tempo nos dispositivos eletrônicos, sem disponibilidade para estar efetivamente presente, é natural que o interesse pelas telas aumente”.

O que é a Análise do Comportamento Aplicada ou ABA?

É uma ciência que busca compreender o ser humano através das inter relações que o individuo mantém com o seu ambiente.

* Por Carolina Conti

A Análise do Comportamento Aplicada mais conhecida por sua sigla em inglês ABA (Applied Behavior Analysis) é uma ciência que busca compreender o ser humano através das inter relações que o indivíduo mantém com o seu ambiente. Seu principal autor e pesquisador foi o psicólogo americano Burrhus Frederic Skinner.

A unidade funcional da Análise do Comportamento Aplicada é a Tríplice Contingência, um conceito utilizado para descrever e analisar essas relações que o organismo mantem com seu ambiente.

Uma contingência é composta por 3 elementos:

a) A situação que antecede determinado comportamento (antecedente);

b) O comportamento que o organismo emite diante dessa situação (resposta);

c) Alterações no contexto decorrentes do comportamento do organismo (consequência). As consequências que determinado comportamento produziu no passado e  selecionaram esse comportamento, ou seja, influenciaram se o comportamento continua ou não ocorrendo.

O foco da intervenção dentro da teoria da Análise do Comportamento Aplicada é desenvolver novos repertórios, mais funcionais e saudáveis para aquele indivíduo, e não somente diminuir os comportamentos problemas. Esses novos repertórios variam de acordo com o contexto de vida, as demandas e as reservas comportamentais individuais.

ABA não é um método ou um pacote fechado, é uma ciência que visa a investigação e intervenção planejada e programada a partir de uma avaliação do repertório de cada paciente.

É muito conhecida e difundida no tratamento de indivíduos com Transtorno de Espectro Autista (TEA), entretanto pode ser aplicada com diversas populações e em diferentes contextos. Dessa forma, quando falamos de comportamento humano estamos falando de ABA.

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