Já ouviu falar de Comer Intuitivo?

O nome já traz consigo a ideia de que podemos usar a intuição para nos alimentarmos, usando não somente a via racional, mas também a intuição.

* Por Felipe Barreto

O comer intuitivo é uma abordagem não prescritiva da nutrição elaborada por Evelyn Tribole e Elyse Resch, duas nutricionistas americanas.  O nome já traz consigo a ideia de que podemos usar a intuição para nos alimentarmos, usando não somente a via racional (proposta pelas dietas restritivas), mas utilizando também das sensações que nosso corpo nos fornece (consciência interoceptiva).

O comer intuitivo é respaldado em ciência, ao longo dos anos mais de cem artigos científicos já foram publicados, tornando essa abordagem uma alternativa interessante às dietas restritivas. O foco do tratamento é buscar uma melhora no comportamento alimentar visando uma melhora da saúde e na qualidade de vida.

Segundo as palavras das próprias autoras, “O comer intuitivo é uma abordagem compassiva de autocuidado no comer que trata todos os corpos com dignidade e respeito”.

O comer intuitivo tem três pilares que fundamentam toda a abordagem:

  • Permissão incondicional para comer o alimento desejado quando estiver com fome.
  • Comer por razões físicas, não emocionais.
  • Confiar nos sinais internos de fome e saciedade para determinar quando e quanto comer.

Em uma revisão bibliográfica feita por Ricciardelli em 2016, foram analisados 24 estudos entre 2006 e 2015 e o comer intuitivo foi associado aos seguintes benefícios:

  • Maior satisfação e apreciação do corpo
  • Funcionamento emocional positivo
  • Autoestima e otimismo incondicionais
  • Mais satisfação com a vida
  • Resistência psicológica
  • Maior motivação para atividades físicas, com foco no prazer e não na culpa ou aparência.

Ainda foi constada um correlação inversa entre o comer intuitivo e o comer disfuncional, a prática de dietas, a baixa consciência interoceptiva, e a internalização do ideal de magreza.

No próximo texto falarei mais sobre os princípios do comer intuitivo e como isso pode ajudar o paciente de uma maneira prática.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ALVARENGA, Marle et al. Nutrição Comportamental. 2.ed. Barueri – SP: Manole, 2019

Bruce LJ, Ricciardelli LA. A systematic review of the psychosocial correlates of intuitive eating among adult women. Appetite. 2016 Jan 1;96:454-472. doi: 10.1016/j.appet.2015.10.012. Epub 2015 Oct 22. PMID: 26474781.

TRIBOLE, E.;  RESCH, E. Intuitive eating: A revolutionary anti-diet approach. Fourth Edition. St. Martins Essentials. 2020