Março Azul Marinho: Mês de Conscientização e Prevenção do Câncer Colorretal

Confira dicas de alimentação saudável para auxiliar na prevenção da doença.

* Texto por Helen Lima, em entrevista à Dra. Luiza Junqueira, Nutróloga.

Março Azul Marinho: Mês de Conscientização e Prevenção do Câncer Colorretal

Confira dicas de alimentação saudável para auxiliar na prevenção da doença.

Também conhecido como Câncer de Cólon e Reto ou Câncer de Intestino, o Câncer Colorretal é um dos tipos mais frequentes entre homens e mulheres. Essa doença passou a ganhar destaque na mídia ao ser diagnosticada em famosos como o Rei Pelé e a cantora Preta Gil. Durante este mês, o tema está em maior evidência por conta da campanha “Março Azul Marinho”, com foco nas ações de conscientização e prevenção.

O Câncer Colorretal possui fatores de risco associados a componentes genéticos e comportamentais. Pessoas com casos na família devem fazer acompanhamento médico para o rastreamento precoce. Já quem não possui histórico familiar, deve investir em um estilo de vida saudável. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) alerta que apenas uma pequena parcela dos cânceres é herdada;  os fatores comportamentais e ambientais são os mais importantes e podem ser modificados.

A manutenção do peso corporal adequado, a prática de atividade física e a alimentação balanceada são fundamentais para a prevenção do câncer de intestino. A fim de auxiliar nas técnicas de promoção a uma rotina mais saudável, a Dra. Luiza Junqueira Villar, nutróloga da Clínica Rezende, compartilhou algumas dicas práticas. Confira:

Organização

Segundo a especialista, manter uma rotina alimentar planejada e organizada, sabendo quais são os melhores alimentos indicados para cada refeição, ajuda a manter o hábito saudável. “Na correria do dia a dia, a opção mais prática não costuma ser a mais saudável e aí recorremos ao fast food, comidas congeladas industrializadas, etc”.

Beba água

A hidratação em dia proporciona uma série de benefícios para o organismo: a água é importante para o bom funcionamento do intestino, para garantir energia para as tarefas do dia a dia (incluindo atividade física e planejamento alimentar) e também é uma grande aliada no combate à obesidade. “Às vezes confundimos sede com fome, o que pode levar a escapes na dieta e ao excesso de peso”, comenta.

Prefira alimentos naturais

 A Dra. Luiza destaca que os alimentos ultraprocessados, como biscoitos industrializados, sorvetes e refrigerantes, são formulados com aditivos químicos que contribuem para o aumento da obesidade, doenças vasculares, diabetes e câncer. A dica é fazer uma substituição simples e eficiente: “descascar mais e desembalar menos”.

 De acordo com a nutróloga, nenhum alimento isolado tem o poder de causar uma doença e nem de curá-la, mas existe um padrão alimentar relacionado ao aumento de risco do câncer colorretal: “alto consumo de alimentos ultraprocessados, destacando as carnes processadas (salsicha, mortadela, bacon, entre outros), alto consumo de carne vermelha e baixo consumo de fibras (legumes, verduras, frutas e cereais integrais)”.

Ela explica que as carnes processadas estão classificadas no grupo 1 de carcinogênicos – comprovadamente associadas ao desenvolvimento da doença. “Estima-se que o consumo de uma porção diária de 50 gramas de carne processada aumenta o risco de câncer colorretal em 18%. Em relação às fibras, a recomendação de consumo diário para um adulto saudável é de 25g a 30g e tem efeito protetor contra o câncer colorretal”.

Diagnóstico precoce: fundamental no tratamento do Câncer Colorretal

 A doença costuma ser silenciosa nas fases iniciais. Conforme vai avançando, pode ocorrer a presença de sangue nas fezes, dores e cólicas abdominais frequentes, alterações no ritmo intestinal (diarreia ou constipação) e emagrecimento rápido e não intencional, além de anemia, cansaço e fraqueza.

O Ministério da Saúde reforça que esses sintomas geralmente não são causados por câncer, mas devem ser investigados por um especialista, e recomenda a realização de exames de rastreio a partir dos 45 anos. O câncer colorretal possui 90% de chance de cura com o diagnóstico precoce. Invista nas estratégias de prevenção, fique de olho nos sinais de alerta e conte sempre com a orientação de um profissional de saúde em caso de dúvidas!

O que é Nutrologia?

É o ramo da medicina que se ocupa da nutrição em todos os seus aspectos, normais, patológicos, clínicos e terapêuticos. Clique para ler mais.

* Por Luiza Junqueira Villar

Reconhecida como especialidade médica em 1978, a Nutrologia é o ramo da medicina que se ocupa da nutrição em todos os seus aspectos, normais, patológicos, clínicos e terapêuticos. Por definição, a Nutrologia é a especialidade clínica que tem como função fazer o diagnóstico, a prevenção e o tratamento das enfermidades nutroneurometabólicas.

O médico nutrólogo se especializa através da residência médica em Nutrologia ou tem título de especialista por aprovação da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). Ou seja, só podem ser intitulados Nutrólogos aqueles que possuem Registro de Qualificação de Especialista (RQE) junto ao Conselho Federal de Medicina.

Importante destacar que práticas como Ortomolecular, Anti-aging, Nutriendocrinologia ou Medicina Integrativa não fazem parte da Nutrologia e não são sequer são reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina.

Então como atua o Nutrólogo?

O médico nutrólogo estuda, pesquisa e avalia os benefícios e malefícios causados pela ingestão de nutrientes, aplicando esse conhecimento para a avaliação das necessidades orgânicas, visando a manutenção da saúde e redução do risco de doenças.

Pode, ainda, identificar possíveis erros alimentares e hábitos de vida inadequados, auxiliando em mudanças importantes em benefício da saúde, contribuindo para uma longevidade saudável e melhora da qualidade de vida.

O Nutrologo pode atuar tanto em Clínicas/Consultórios como em Hospitais, sempre como parte de uma equipe Multidisciplinar.

No atendimento Clínico, são atendidas as seguintes situações:

– Pacientes saudáveis que desejam melhorar hábitos dietéticos e de vida;

– Sobrepeso;

– Obesidade em todos os graus;

– Acompanhamento antes e após realização de cirurgia bariátrica;

– Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP);

– Bulimia, Anorexia, Síndrome do Comer Noturno, Vigorexia, Ortorexia: aspectos nutrológicos;

– Aspectos nutrológicos da ansiedade e depressão;

– Pacientes que serão ou foram submetidos a cirurgias;

– Pacientes oncológicos (em tratamento de câncer);

– Pacientes que não conseguem ingerir comida por via oral e necessitam de sonda nasogástrica/nasoenteral, gastrostomia ou jejunostomia ou por via endovenosa (parenteral);

– Pré-Diabetes e Diabetes;

– Dislipidemias: hipercolesterolemia (aumento do colesterol) e hipertrigliceridemia (aumento do triglicérides);

– Síndrome metabólica;

– Esteatose hepática não-alcóolica (gordura no fígado);

– Alergias e intolerâncias alimentares;

– Anemias carenciais;

– Vegetarianismo;

– Doenças inflamatórias intestinais (Doença de Crohn e Retocolite ulcerativa);

– Síndrome do intestino irritável;

– Sarcopenia (baixa quantidade de músculo);

– Orientações nutrológicas para cardiopatias, pneumopatias, hepatopatias, nefropatias;

– E outras.

Sobre a avaliação do paciente

Para avaliar um paciente, o médico nutrólogo realiza a anamnese (conversa em que conhece a história do paciente e seus hábitos alimentares e de vida); o exame físico completo; avaliação antropométrica com aferição de altura, peso, principais medidas e circunferências do corpo; avaliação da composição corporal através da Bioimpedância Elétrica; avaliação da capacidade funcional por meio de testes de força tais como dinamometria e testes funcionais; solicita exames laboratoriais e radiológicos complementares de acordo com cada situação.

A partir do diagnóstico definido, o tratamento é individualizado podendo ser feito por orientações alimentares específicas, prescrição de suplementos nutricionais ou prescrição de medicamentos.

Dessa forma, o médico nutrólogo atua em diversas áreas da medicina, abordando o aspecto nutrológico de cada doença, em conjunto com os colegas médicos e equipe multidisciplinar.