Como está sua relação com a comida?

Quando você pensa em comida ou no seu apetite, costuma se sentir triste ou culpado? Tem medo de escolher uma comida considerada “ruim”, que “engorda”, ou comer algo que chamam de “besteira” e “porcaria”?

* Por Dra. Juliana Ferreira

Como está sua relação com a comida? Já parou para pensar nisto?

Quando você pensa em comida ou no seu apetite, costuma se sentir triste ou
culpado? Tem medo de escolher uma comida considerada “ruim”, que “engorda”, ou comer algo que chamam de “besteira” e “porcaria”? Detesta quando sente fome, pois acredita que não deveria ter tanta vontade de comer… Então você inicia uma dieta restritiva. E aí, pare para pensar: Como está sua relação com a comida?

Porém, entre nutrientes, horários, quantidades, pesos e regras, o foco principal das dietas sempre é nos dizer o que não comer. Muitos de nós, de tanto ouvir e ler sobre isso, já temos bem claro na mente quais são os alimentos “bons/certos” e os “ruins/errados”, o que “pode” e o que “não pode”.

Privação dos alimentos

Mas a verdade é que nós também queremos comer aquilo que a dieta proíbe! A lógica das dietas faz com que a gente acredite que não sabe o que comer, que só conseguimos fazer escolhas “erradas” e, então, nós acabamos por julgar nossas vontades como erradas também, evitando atendê-las. O nome disso é privação.

E a privação, infelizmente, anda de mãos dadas com o exagero e a culpa.
Quando estamos de dieta e resolvemos comer algo que não se encaixa nas regras, ficamos com a ideia: “ah, já estraguei tudo mesmo, então tanto faz”. Com isso, acabamos comendo em excesso todo tipo de alimento que a dieta exclui.

Este comportamento de comer em excesso leva a uma grande culpa no dia
seguinte, todos os pensamentos de fracasso voltam e a tendência é entrar numa dieta ainda mais rígida e restritiva. As vontades e os desejos reprimidos voltam com força total ao menor sinal de deslize e permissão, e o corpo novamente quer comer em excesso tudo aquilo de que foi privado.
Talvez você não perceba, mas isso tudo pode estar acontecendo agora mesmo na sua vida.

Pare para pensar na sua alimentação

Quando foi a última vez que você parou para realmente pensar na sua
alimentação? Não para descobrir uma dieta nova ou considerar o quanto de carboidrato estava comendo, mas realmente refletir sobre a sua relação com os alimentos?

Dicas:

Bom, como nós só podemos mudar aquilo de que temos consciência, tem um experimento abaixo com o objetivo de fazer com que você pense melhor em tudo isso!

A proposta é a seguinte:

  • Faça uma lista de comidas que você adora, mas que evita ou sente culpa ao
    comer.
  • Selecione uma dessas comidas para fazer essa atividade. Esteja atento aos seus desejos e vontades reais – que alimento você realmente gostaria de comer agora? É doce, salgado, quente, frio, crocante, cremoso…? Essa comida lhe traz alguma memória ou sentimento? É algo que você já não se permite comer há muito tempo?
  • Fique atento para o caso de surgirem pensamentos lhe dizendo que sua escolha é de uma “comida ruim”, ou se começar a julgar detalhes como calorias, quantidade de carboidratos ou de gorduras. Não siga esses pensamentos, permita-se escolher o que você realmente tiver vontade.
  • Aguarde o momento em que realmente estiver com vontade e compre ou prepare uma porção individual da comida que você escolheu.
  • Escolha comer num ambiente calmo, sem distrações, e sozinho. Dê a este momento sua atenção total.
  • Quando estiver com a comida, dedique um tempo a admirá-la, aproveitando sua aparência, seu aroma, sua textura ao toque.
  • Tente pensar nas razões pelas quais você escolheu esse alimento. Existe algum pensamento de culpa ou proibição envolvendo ele? Tem muito tempo desde que você o comeu? Ou você tende a exagerar quando escolhe comer algo assim? Reflita sobre sua relação com essa e outras comidas de que gosta.
  • Então, dê a primeira mordida e mastigue lentamente, observando com atenção os aromas e sabores do alimento. A cada mordida, faça novamente este exercício e fique atento à sua vontade de continuar comendo e ao prazer obtido com esta experiência.
  • Quando terminar, observe como está se sentindo. Aconteceu como você estava imaginando? Você ficou feliz em comer este alimento? A última mordida foi tão saborosa quanto a primeira? Você estava com vontade de comer a porção inteira? Você gostaria de comer este alimento mais vezes? Notou alguma diferença entre esta experiência e a forma com que come normalmente alimentos “proibidos”? Está se sentindo mal depois por não poder comer sempre os alimentos que gosta? Pense sobre todas as percepções que teve com este exercício, boas e ruins.
  • Se teve alguma dificuldade, ou mesmo se não conseguiu realizar o experimento,pense nas razões para isso ter acontecido. Quais pensamentos você teve em relação à comida? Sentiu culpa por suas vontades ou preferências? Sentiu culpa quando estava comendo? Teve vontade de comer mais do que escolheu ou mesmo de exagerar? Fique à vontade para aplicar este exercício com outros alimentos da lista que você fez, prestando atenção em como seus pensamentos e reações se comportam em cada momento.

Leia também sobre Alimentação na Ansiedade e Depressão.

Equipe multidisciplinar e dependência química

Você sabe qual o papel da equipe multidisciplinar no tratamento da dependência química?

Vocês sabem qual o papel da equipe multidisciplinar no tratamento da dependência química?

Considerado um transtorno mental, além de um problema social pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a dependência química é tida como doença crônica, que comumente atinge indivíduos que fazem o uso constante de determinadas drogas.

Dependência Química é um problema social e de saúde complexo, a que nenhuma disciplina ou profissão pode responder apropriadamente de forma isolada.

Equipe multidisciplinar refere-se ao trabalho e estudo de profissionais de diversas áreas do conhecimento ou especialidades sobre um determinado tema ou área de atuação.

O papel da equipe multidisciplinar

O papel da equipe multidisciplinar junto aos usuários de álcool e/ou de outras drogas tem como fundamento estratégico propor uma assistência com vistas a estabelecer mudanças na vida do paciente. A comunicação é um dos mais importantes elementos do cuidado em saúde, devido à complexidade das demandas e da organização do trabalho.

Estudos sugerem que a boa comunicação interdisciplinar proporciona melhoras no estado de saúde do paciente e no bem-estar psicológico de seus familiares, resultando em melhor controle dos sintomas, redução no tempo de hospitalização e níveis elevados de satisfação com o atendimento.

Cabe à equipe, auxiliar o paciente a se reorganizar dentro de seus próprios recursos. Para tanto, deverá instrumentalizar a relação interpessoal, incentivando e apoiando o paciente a assumir a responsabilidade pela melhora na sua qualidade de vida em todos os níveis.

O paciente deve ser entendido e abordado sob a ótica da totalidade, considerada na perspectiva da integralidade, que é chave da intervenção terapêutica. Esta tem como foco principal o alívio do sofrimento humano, elegendo a pessoa como protagonista do processo de compreensão e tratamento.

Segundo estudiosos da área, o controle ambiental é de extrema importância para a prevenção da Dependência química e diminuir os fatores de risco e aumentar os fatores de proteção é o que na maioria das vezes irá determinar o uso de drogas.

Leia também sobre o cuidado multidisciplinar aqui.

Outubro Rosa e Saúde Mental: Qual a relação?

Saiba mais sobre a importância da Saúde Mental no diagnóstico do câncer de mama.

* Por Fernanda Barroso de Rezende.

Outubro Rosa e Saúde Mental: Qual a relação?

O câncer de mama é o segundo tipo que mais afeta o sexo feminino. E é também o tipo com maior prevalência de comorbidades psiquiátricas. Por isso, todos os anos acontece a campanha Outubro Rosa, que é o mês de conscientização e prevenção do câncer de mama.

O INCA e o Ministério da saúde lançaram a campanha Outubro Rosa 2019, que reforça três pilares estratégicos no controle da doença: prevenção primária, diagnóstico precoce e mamografia. 

Sintomas

Os principais sinais e sintomas da doença são: caroço endurecido, fixo e indolor, pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja, alterações no bico do peito e saída espontânea de líquido em um dos mamilos. Não há causa única, diversos agentes estão relacionados: envelhecimento, história familiar de câncer de mama, consumo de álcool e excesso de peso.

A prática de atividade de física e de alimentação saudável, com a manutenção do peso corporal, estão associados a menor risco de desenvolver câncer de mama. 

Diagnóstico

O diagnóstico de câncer pode ser acompanhado de transtornos psiquiátricos como ansiedade e depressão. Altera o modo de viver e pensar do paciente. Com o tempo, ao perceber que a doença pode ser controlada e a vida prolongada, muitos pacientes passam a aceitar melhor a possibilidade de continuidade da vida cotidiana e de realização de seus projetos pessoais. 

O bom relacionamento com familiares, boas habilidades e relações sociais, prática de atividade física, confiança em si mesmo e capacidade de procurar ajuda quando surgem dificuldades, são fatores de proteção para uma boa saúde mental. 

O cuidado com as mamas deve ser uma preocupação permanente. ‘Cada corpo tem uma história. O cuidado com as mamas faz parte dela’.

Hábitos saudáveis são fatores de proteção contra o câncer de mama e comorbidades psiquiátricas.

Fonte: INCA

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Precisamos falar sobre transtorno alimentar!

Os transtornos alimentares são transtornos psiquiátricos causados por alterações na autoimagem, ou seja, na forma como o indivíduo se vê, na sua relação com o próprio corpo e com a comida.

* Por Dr. Alexandre de Rezende.

Sim, precisamos falar sobre transtorno alimentar! Os transtornos alimentares são transtornos psiquiátricos causados por alterações na  autoimagem, ou seja, na forma como o indivíduo se vê, na sua relação com o próprio corpo e com a comida. Dentre os mais importantes podemos citar a anorexia nervosa, a bulimia nervosa e o transtorno de compulsão alimentar.

Nos últimos anos, tem havido um aumento na ocorrência desses transtornos alimentares em nosso meio, fazendo com que dados atuais apontem que em torno de 7,8% das pessoas apresentam alguma dessas condições. Porém, os transtornos alimentares podem atingir 13% das adolescentes e, em geral, 80% das pessoas não recebem tratamento adequado. Dados internacionais indicam que, desde o início dos anos 2000 até hoje, as taxas de prevalência mais do que dobraram. As mulheres jovens são o grupo mais acometido, incidindo principalmente em profissões e atividades que tenham ligação com o corpo e a estética, como modelos, bailarinas e atrizes, mas também profissionais da moda, estudantes de psicologia e nutrição.

Os transtornos alimentares são doenças de etiologia multifatorial, ou seja, estão relacionadas com fatores psicológicos, tais como baixa autoestima, tendências ao perfeccionismo, dificuldades de expressar ou lidar com as emoções; também com fatores genéticos, alterações neuroendócrinas nos moduladores cerebrais da fome e saciedade; e fatores socioculturais, como a valorização exagerada e inadequada da magreza como padrão de beleza.

Anorexia nervosa:

A anorexia nervosa se caracteriza por uma importante distorção da imagem corporal, em que o paciente, embora com perda importante de peso, tem a convicção de estar gordo e apresenta um medo muito grande de engordar ainda mais.

Com isso, utiliza-se de estratégias de restrição alimentar como uma busca desenfreada da magreza, que nunca é alcançada. A anorexia nervosa é um dos transtornos psiquiátricos mais graves, cuja mortalidade pode atingir até 20% dos casos. Um dado importante é que, tendo em vista as alterações da autoimagem, os pacientes na maioria das vezes não reconhecem o problema, julgam que seu comportamento alimentar é normal, o que só dificulta a busca e a aceitação do tratamento.

A bulimia nervosa:

A bulimia nervosa, por sua vez, tem por características a presença de episódios recorrentes de compulsão alimentar. Essas ocorrências são definidas como a ingestão num curto período de tempo de uma quantidade exagerada de alimentos, mais do que seria esperado (fala-se do consumo de 1000 calorias num espaço de 2 horas). Há também descrita pelos pacientes uma sensação de falta de controle que leva a esses comportamentos de exagero alimentar.

Após esses episódios, o paciente se sente culpado e envergonhado, pois também há uma preocupação excessiva com o peso e forma corporal. Dessa maneira, o paciente adota as chamadas medidas compensatórias, tidas como inadequadas, que vão além da indução de vômitos (purgação), mas também englobam o uso de laxantes ou outros medicamentos com o intuito de eliminar o que fora comido, realização de jejuns prolongados e atividade física em excesso. Segundo os critérios diagnósticos, esses episódios compulsivos e compensatórios devem ocorrer pelo menos 1 vez por semana por pelo menos 3 meses. Por essa razão, o peso dos pacientes com bulimia nervosa é normal ou levemente aumentado.

Transtorno de compulsão alimentar:

Por fim, temos o transtorno de compulsão alimentar (conhecido pelas iniciais TCA), também definido como a presença de episódios compulsivos ocorrendo pelo menos 1 vez por semana durante 3 meses. No TCA não existem as medidas compensatórias, mas há uma série de comportamentos associados, a saber: comer mais rapidamente do que o normal; comer até se sentir desconfortavelmente cheio; comer grandes quantidades de alimentos na ausência de sensação física de fome; sentir-se culpado e comer sozinho pela vergonha do quanto se está comendo. Há uma grande associação de TCA com obesidade.

Cerca de metade das pessoas com tal transtorno está acima do peso. A prevalência de TCA na população geral é de 2%, em obesos é de 8%, e chega a 50 até 75% em indivíduos obesos graves (a chamada obesidade grau III).

O tratamento dos transtornos alimentares requer uma equipe multidisciplinar. O grande objetivo é tratar as complicações clínicas e psiquiátricas comórbidas, promover uma recuperação da autoimagem e melhora da autoestima e insatisfação com o corpo. E, acima de tudo, tornar a relação com a comida mais adequada. Para tanto, a presença e participação da família é fundamental.

O que é uma equipe multidisciplinar?

Vamos falar um pouco sobre a importância deste trabalho e porque acreditamos neste formato aqui na Clínica Rezende.

Você já se perguntou o que é uma equipe multidisciplinar? Vamos falar um pouco sobre a importância deste trabalho e porque acreditamos neste formato aqui na Clínica Rezende.

Trabalhando com uma equipe multidisciplinar, nós, profissionais, ao invés de cuidarmos de problemas isolados, trabalhamos coletivamente com outras especialidades para que assim possamos ajudar na análise do caso individualmente e em vários parâmetros da saúde, considerando o paciente como um todo.

A nossa equipe é composta pelas seguintes áreas: enfermagem, psiquiatria, psicologia, nutrição e endocrinologia. E com estes profissionais altamente capacitados em suas áreas, temos uma abordagem mais completa e humanizada alcançando resultados efetivos, principalmente em relação aos transtornos alimentares e dependência química, com uma abordagem ampla e personalizada a cada indivíduo.

Outra preocupação da nossa equipe é ter profissionais para podermos discutir os casos do dia a dia, novos olhares, conhecimentos individuais fortalecendo os resultados coletivos. A equipe multidisciplinar é um formato de parceria que promove a troca de experiências, trazendo benefícios e conhecimento para cada profissional, e resultados para o paciente.

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