* Por Anelisa rezende
Porque a pandemia alterou nosso peso e alimentação?
Uma queixa recorrente nos atendimentos atuais são mudança de peso e alimentação. E isso tem uma explicação. Os sentimentos mais relatados desde o inicio da pandemia são: ansiedade, medo, tédio, irritação. E, muitas vezes, pelo fato de que os alimentos são lícitos e acessíveis, nós temos uma facilidade muito grande em buscar prazer, satisfação, conforto e distração neles. Ainda mais que algumas válvulas de escape que antes eram utilizadas foram limitadas pela situação atual.
Quando nos perguntamos sobre o que está por trás daquele alimento, começamos a nos conhecer e buscar ajuda, sempre que necessário, para lidar com as emoções sem precisar da comida, pois, esse período de pandemia fez surgir muitas sensações novas, mas também intensificou muitos comportamentos que já existiam, deixando-os mais visíveis.
Um outro ponto importante a respeito das mudanças envolvidas nesse período foi uma tendência maior ao desequilíbrio de cortisol (pela desregulação da rotina de sono e estresse) que por si só gera alterações de peso, apetite e preferências alimentares como doces e álcool, devido a consequente desregulação na produção dos neurotrasmissores dopamina e serotonina, que levam à sensação de recompensa e bem estar, respectivamente.
Outra questão que veio muito forte foi a falta de rotina que, de alguma forma, deixou nosso sono, nossa rotina de exercícios e alimentação diferente do que eram, trazendo uma desconexão dos sinais de fome e saciedade e muitas vezes aumento da busca por satisfação por comidas recreativas, rápidas e ultra processadas.
É importante que nesse período, dentro das nossas possibilidades, a gente cuide da nossa saúde mental, do nosso intestino (que tem muita relação com a produção de serotonina e dopamina), sono e exercícios. Isso pode contribuir e muito para que as nossas escolhas alimentares, seja em qualidade e/ou quantidade, fiquem cada vez mais conscientes.