Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil será o sexto país do mundo em número de idosos, até 2025. Esse aumento populacional é devido, de forma simplificada, pelo aumento da expectativa de vida e pela diminuição da taxa de natalidade. Apesar do aumento da longevidade, ainda é grande a desinformação sobre a saúde do idoso, as particularidades e desafios do envelhecimento.
A OMS define idosa aquela pessoa acima de 60 anos em países subdesenvolvidos e 65 anos em pacientes desenvolvidos. Entretanto, é importante reconhecer que a idade cronológica não é um marcador preciso para as mudanças que acompanham o envelhecimento.
O envelhecer é um processo natural, que caracteriza mais uma etapa da vida e traz consigo mudanças físicas, sociais e psicológicas, e que sofre influência do contexto cultural que o idoso está inserido. Além disso, ele é muito heterogêneo, podendo ocorrer de forma saudável (senescência) ou com doenças (senilidade).
Com o avançar da idade, a chance de ocorrência de alguns transtornos mentais aumentam como por exemplo os transtornos neurocognitivos maiores (mais conhecidos como demências). É errado pensarmos que envelhecer é sinônimo de ter depressão, importante então frisar que não é uma condição inerente ao idoso. Mas é, entre os transtornos psiquiátricos, o mais comum nos idosos, e por isso deve ser ativamente pesquisado. Outras condições que ocorrem nessa faixa etária são os quadros ansiosos, psicóticos, além do uso e abuso de substâncias, e suicídio. A existência dos transtornos mentais é ainda maior em instituições como “lares de idosos”.
Um vez diagnosticado um transtorno mental por um profissional capacitado, medidas de tratamentos tanto farmacológicas quanto não farmacológicas devem ser adotadas visando a melhora da qualidade de vida desse idoso, uma vez que trazem incapacidades aos seus portadores.
Com o tratamento adequado, sintomas envolvendo alterações de humor e de comportamento podem ser aliviados, fornecendo melhora da autonomia e independência que são elementos fundamentais para a funcionalidade no dia a dia.
Além disso, o tratamento de vários sintomas, como por exemplo a depressão é um fator protetor contra o desenvolvimento de condições mais graves, como as demências.
OMS, Relatório Mundial de envelhecimento e saúde, 2005
Cerejeira J, APRAHAMIAN I . Psiquiatria Geriátrica , editora Guanabara Koogan , 2019