A procrastinação pode ser definida como um atraso voluntário e desnecessário de uma tarefa que se pretendia realizar, apesar de estar consciente das consequências desagradáveis desse adiamento, resultando em um significativo sofrimento subjetivo. Ou seja, é um atraso contrário à intenção inicial do indivíduo. Isso resulta em um aumento do nível estresse, com acúmulo de tarefas, menor produtividade, sensação de fracasso por não cumprir com as suas responsabilidades e compromissos.
A procrastinação crônica pode ser um sinal de problemas psicológicos ou fisiológicos. Mais do que um comportamento, a procrastinação tende a ser um traço de personalidade, atuando tanto como um fator preditor quanto mantenedor de outros transtornos, como os ligados a ansiedade e humor.
Quais são os motivos que levam uma pessoa a procrastinar? Aquele que adia uma tarefa tem uma dificuldade para regular processos relacionados aos pensamentos, emoções e comportamentos. Por exemplo, ao experimentar uma emoção de ansiedade ou medo frente à realização de uma atividade, pode não conseguir manejar essa situação de forma adequada, foca excessivamente no desconforto sofrido no momento, fazendo com que evite ou fuja daquela situação.
O comportamento procrastinatório é uma estratégia para regular, em curto prazo, emoções negativas que acompanham a avaliação de uma tarefa. Isso porque a maneira como interpretamos determinadas situações tem um enorme poder de provocar reações emocionais e comportamentais.
Em linhas gerais, a procrastinação está associada a fatores cognitivos e emocionais, dentre eles o desconforto na realização de uma tarefa e o medo do fracasso.
A procrastinação, em muitos momentos, parece funcionar, apesar dos danos, por isso acaba sendo um comportamento sustentado. Quando se procrastina, a pessoa se vê com menos tempo e maior pressão para realizar uma tarefa conforme o prazo de entrega se aproxima. Assim, ativamos um estado de alerta, que aumenta a capacidade de atenção e produtividade.
Apesar de poder funcionar de modo imediato, não é adequado manter esse modo de funcionamento, pois em alguns casos, pode-se não finalizar o afazer ou gerar uma grande sensação de exaustão.
Pessoas que procrastinam podem apresentar uma certa dificuldade relacionada ao controle de impulsos e costumam priorizar prazeres imediatos. Então, outro motivo pelo qual a procrastinação parece funcionar é porque ela pode trazer um alívio momentâneo de seu estado de desconforto emocional. Ao se sentir medo, ansiedade ou tristeza por ter que realizar uma tarefa específica, o adiamento da mesma quase que imediatamente reduz todo esse sofrimento.
Este texto foi baseado na seguinte referência:
COSTA, R.T.; TALASK, G. Capítulo 23 – Procrastinação. In: CARVALHO, M.R.; MALAGRIS, L.E.N.; RANGÉ, B.P. Psicoeducação em Terapia Cognitivo-Comportamental. – Novo Hamburgo: Sinopsys, 2019.
O profissional de saúde mental ajuda o paciente a entender suas emoções e comportamentos referentes à comida, além de desenvolver estratégias para lidar com os gatilhos e manter uma relação saudável com a alimentação.
Leia maisQuando falamos em Obesidade, várias ideias e imagens vêm à nossa mente. A maioria baseada em conceitos antigos ou influenciados pelo que vemos nas mídias e redes sociais que tratam a condição clínica de forma pejorativa.
Leia mais