A campanha do Fevereiro Roxo visa a conscientização e o melhor entendimento das doenças: Alzheimer, Lúpus e Fibromialgia. Doenças que tem em comum o seu caráter crônico devido a falta de cura, mas que não significa a falta de controle dessas patologias. Tem como lema “SE NÃO HOUVER CURA, QUE NO MÍMINO HAJA CONFORTO”.
Como Psicogeriatra vou focar especificamente na Doença de Alzheimer, trazendo algumas informações sobre essa patologia.
A Doença de Alzheimer é o tipo de demência mais comum entre as demências. O principal fator de risco para o seu aparecimento é a idade. Assim, quanto maior a idade maior a chance de termos essa demência. Não é novidade que o mundo, e o Brasil, passa por um processo importante de envelhecimento populacional, assim a incidência e prevalência dessa demência cresce de forma importante. Outros fatores de risco também estão relacionados com o aparecimento dessa condição como : baixa escolaridade, diabetes, hipertensão arterial, tabagismo, obesidade, depressão , histórico familiar de Alzheimer, perda auditiva e visual entre outros.
A demência devido a Doença de Alzheimer tem início lento, mas evolui de de forma gradual, progressiva ao longo do tempo, com média variável de 8 anos de sobrevida após o seu diagnostico. É uma doença neurodegenerativa, em que regiões cerebrais específicas se atrofiam devido processos complexos de depósito e acúmulo de proteínas anômalas.
A maioria das pessoas diagnosticadas com Demência de Alzheimer têm 65 anos ou mais , mas algumas podem ter a apresentação pré-senil (antes de 65 anos).
Essa demência se apresenta com prejuízos cognitivos , comportamentais e funcionais a seu portador , e com impacto físico e mental importante aos seus cuidadores – familiares e a toda a sociedade.
A apresentação clássica, e mais comum, dessa demência é o comprometimento da memória e da aprendizagem , que se manifestam de várias formas e gravidade ao longo da progressão da doença. Em quadros iniciais o seu portador pode ter dificuldades em recordar acontecimentos recentes, dificuldades para lembrar de datas, compromissos, e de esse recordar de atividades de sua rotina como pagamento de contas e uso de medicações. Podendo evoluir para dificuldades de reconhecer familiares, reconhecer sua casa, apresentar desorientação espacial, comprometimento na linguagem, na resolução de problemas e na tomadas de decisão, entre tantos outros declínios cognitivos.
A doença pode apresentar também alterações comportamentais como irritabilidade, agitação psicomotora, depressão, distúrbios do sono, e agressividade. Trazendo desgaste a todos que diretamente estão em contato com esse doente.
Não existe tratamento que visa a cura da doença de Alzheimer. Hoje utilizamos medicamentos que têm como objetivo melhorar a qualidade de vida do paciente , proporcionado controle de sintomas cognitivos e comportamentais, que consequentemente melhoram a funcionalidade para a realização de atividades diárias de vida, trazendo uma maior autonomia ao seu portador e menor sobrecarga aos cuidadores- familiares.
Aliado ao tratamento medicamentoso, existem várias técnicas de abordagens comportamentais adotas pelos cuidadores- familiares para o melhor manejo das alterações comportamentais advindas dessa enfermidade . Associação Brasileira de Alzheimer ) , estou a disposição para maiores informações.
O diagnóstico muitas vezes não é simples de ser feito, principalmente nas fases leves da doença, pois outros transtornos psiquiátricos podem cursar com alterações cognitivas (mais especificamente na memória) como a depressão por exemplo. A busca pelo diagnóstico deve ser feita por profissionais habilitados por meio da avaliação médica criteriosa, avaliações cognitivas feitas por neuropsicológos e exames como os de Neuroimagem. Existem outros métodos diagnósticos mais complexos (uso de biomarcadores) e caros , muitas vezes são utilizados em centro de pesquisas como nas Universidades.
A importância de um diagnóstico precoce da Doença de Alzheimer envolve criar estratégias (medicamentosa e comportamental ) de cuidado e o entendimento de todos os indivíduos diretamente envolvidos nessa patologia, com objetivo de lidar com essa doença de forma mais segura e clara, apesar de sua vasta complexidade e inestimáveis impactos social, funcional e emocional.
Existem associações formadas por profissionais de saúde , pacientes, cuidadores – familiares com o objetivo de trocas de informações e de experiências por meio de grupos de apoio e de psicoeducação , proporcionando uma melhor compressão da dinâmica dessa doença e um espaço de acalento também . Aqui em Juiz de Fora , contamos com uma regional mineira da ABRAz ( Associação Brasileira de Alzheimer ) , estou a disposição para maiores informações.
A ocorrência de uma crise epiléptica gera angústia, temor e insegurança nos responsáveis por uma criança, sejam familiares, cuidadores ou professores. O primeiro passo para conviver melhor com essa situação é compreendê-la.
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