Entenda as particularidades da doença nessa faixa etária e saiba qual é o momento de procurar ajuda profissional.
Humor triste, alterações no ciclo do sono, perda de energia e desinteresse pela maioria das atividades durante um período maior do que duas semanas são algumas das manifestações mais comuns da depressão. Segundo um estudo realizado pela Faculdade de Medicina da USP, 36% das crianças e adolescentes apresentaram sintomas da doença durante a pandemia. O levantamento foi realizado virtualmente com cerca de 6.000 voluntários entre 5 e 17 anos. Os pais devem ficar atentos aos sinais específicos que a depressão apresenta nessa faixa etária.
De acordo com o Dr. Lucas Magalhães, Psiquiatra infantil da Clínica Rezende, uma diferença significativa é que a irritabilidade pode ser um sintoma mais evidente em crianças e adolescentes no lugar da tristeza. Ele também reforça o alerta quando os pequenos deixam de ganhar peso, já que esse aumento é esperado durante a fase de crescimento.
A depressão afeta de forma global a vida do paciente e de seus familiares, impactando diversos núcleos como a escola, as amizades, a igreja, entre outros. O Dr. Lucas conta que é comum os pais se preocuparem em maior grau com os efeitos da doença no desempenho escolar dos filhos, o que é esperado, já que esse distúrbio causa a redução da capacidade de concentração.
Ele explica que esse problema pode ser revertido com o tratamento adequado e reforça que outras repercussões merecem mais cuidado, como o prejuízo emocional e a perda de vínculos afetivos desencadeada pela depressão. “Por vezes, a falta de entendimento da família vai enfraquecendo as relações de uma maneira que pode levar a complicações da doença no lugar de favorecer o paciente”.
O psiquiatra diz que a recuperação das relações sociais de uma criança ou adolescente com depressão depende de um esforço mútuo, reforçando o papel fundamental da família na tarefa de restabelecer a saúde mental do paciente, com muita resiliência e generosidade.
Crianças e jovens depressivos passam por uma mudança de hábitos e comportamentos. A convivência, antes normal, se torna tediosa e por vezes turbulenta nos mais diversos ambientes. É sobre essa alteração da rotina que o Dr. Lucas Magalhães faz sua principal observação: os pais que estabelecem boas relações conseguem perceber mais facilmente quando os filhos estão em sofrimento.
“Os pais devem se preocupar em criar um bom canal de diálogo, de forma que seus filhos se sintam ouvidos. É preciso que os familiares sejam capazes de reconhecer os sinais da doença menos no que os médicos dizem e mais no que os filhos manifestam”.
O psiquiatra conclui afirmando que o melhor caminho para a recuperação de crianças e adolescentes com depressão é a abordagem precoce e humana, realizada de forma integrada entre profissional de saúde e familiares.
Se você está percebendo algum desses sinais em seu filho e possui dúvidas de como proceder com o tratamento, conte com o auxílio de um profissional especializado em saúde mental.
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