Você já pensou em como se conhecer através da alimentação? Você já se pegou comendo demais porque está ansiosa ou perdendo o apetite porque está tensa ou angustiada? Ou então comendo só pra fazer companhia para suas amigas, seu namorado ou sua mãe? Já se pegou satisfeita, mas se obrigando a comer até raspar o prato pra não desperdiçar? E sentindo culpa porque comeu algo que nem estava com vontade, mas que acabou comendo porque ficou muito tempo sentindo fome ou se restringindo de algum alimento?
Pois é, sejam bem-vindas ao time que percebe que a alimentação não é só matemática, calorias, proteína, lactose, glúten, açúcar. Que percebe que como e pra que nós comemos pode ser mais importante do que comemos, isso pelo simples fato de sermos humanos e não máquinas.
Informações sobre como sermos saudáveis, do ponto de vista físico, nós já temos. A grande questão é que percebemos que tantas informações cruzadas acabam nos deixando ainda mais perdidos. E como se conhecer através da alimentação, se tantas coisas externas influenciam? Já sabemos que se comermos mais comida de verdade no dia a dia e se evitarmos o consumo exagerado de açúcares, óleos refinados, sal, carnes vermelhas, álcool, refrigerantes, etc, nós teremos saúde física.
Agora trabalhar o bem estar mental e social aliado a isso é onde está o segredo de uma saúde completa (bem estar físico, mental e social), porque o mundo de hoje nos faz querer resolver tudo de uma vez, gerando ainda mais estresse e cobrança e mais uma vez refletindo na alimentação. Por isso vejo o quanto é importante respeitarmos nossas limitações, começarmos por onde é mais fácil, pois assim naturalmente os hábitos vão se transformando.
Hoje em dia percebo o quanto nós buscamos o autoconhecimento por vários caminhos diferentes, como livros, palestras, vídeos no YouTube, yoga, terapias, etc. Desta forma eu me pergunto porque não fazemos isso também através de algo que fazemos várias vezes ao dia e em todas as fases
da vida: a alimentação! Através dela podemos entender melhor sobre consciência, escolhas e auto-responsabilidade, que são palavras muito mais gentis que restrições, exageros, proibições, etc.
Imagino, por exemplo, que quando falo em evitar o excesso de tais alimentos, vocês deve se perguntar: o que é excesso? Quanto o meu corpo precisa? E a resposta é a melhor e mais simples que existe: a resposta está dentro de você. Basta você se conectar com seu corpo e saber decifrar os sinais que ele te envia. Como muitas vezes estamos habituados a seguir regras e a mentalidade da dieta (controle), essa proposta pode gerar o medo do descontrole (comer tudo que quiser de forma exagerada), mas na verdade o que vai sendo construído são as escolhas conscientes, através de
ferramentas práticas e orientações gentis.
Por isso me considero uma nutricionista humanizada, que busca facilitar e ser suporte para que aprenda a reaprender sobre essa conexão consigo mesma e com o alimento, pois assim você saberá tudo que seu corpo precisa em cada momento, para evitar que chegue a um estágio de carências
nutricionais, excesso de peso e doenças que podem estar associadas também ao exagero alimentar (diabetes, hipertensão, hipercolesterolemia, etc).
Nós sabemos que esse caminho é mais trabalhoso, pois olhar pra dentro é mais desafiador que seguir uma prescrição feita por outra pessoa, prática e simples, porém quando aprendemos o processo nos sentimos donas das próprias escolhas (autonomia) e ficamos livres pra comer e discernir o que é fome, saciedade e o melhor: a satisfação, que é comer exatamente o que deseja e não o que foi imposto ou escolhido sem consciência por qual seja o motivo. Por esses motivos, esse caminho é muito mais
respeitoso e sustentável.
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