O comer intuitivo é uma abordagem não prescritiva da nutrição elaborada por Evelyn Tribole e Elyse Resch, duas nutricionistas americanas. O nome já traz consigo a ideia de que podemos usar a intuição para nos alimentarmos, usando não somente a via racional (proposta pelas dietas restritivas), mas utilizando também das sensações que nosso corpo nos fornece (consciência interoceptiva).
O comer intuitivo é respaldado em ciência, ao longo dos anos mais de cem artigos científicos já foram publicados, tornando essa abordagem uma alternativa interessante às dietas restritivas. O foco do tratamento é buscar uma melhora no comportamento alimentar visando uma melhora da saúde e na qualidade de vida.
Segundo as palavras das próprias autoras, “O comer intuitivo é uma abordagem compassiva de autocuidado no comer que trata todos os corpos com dignidade e respeito”.
Em uma revisão bibliográfica feita por Ricciardelli em 2016, foram analisados 24 estudos entre 2006 e 2015 e o comer intuitivo foi associado aos seguintes benefícios:
Ainda foi constada um correlação inversa entre o comer intuitivo e o comer disfuncional, a prática de dietas, a baixa consciência interoceptiva, e a internalização do ideal de magreza.
No próximo texto falarei mais sobre os princípios do comer intuitivo e como isso pode ajudar o paciente de uma maneira prática.
ALVARENGA, Marle et al. Nutrição Comportamental. 2.ed. Barueri – SP: Manole, 2019
Bruce LJ, Ricciardelli LA. A systematic review of the psychosocial correlates of intuitive eating among adult women. Appetite. 2016 Jan 1;96:454-472. doi: 10.1016/j.appet.2015.10.012. Epub 2015 Oct 22. PMID: 26474781.
TRIBOLE, E.; RESCH, E. Intuitive eating: A revolutionary anti-diet approach. Fourth Edition. St. Martins Essentials. 2020
Os transtornos alimentares são transtornos psiquiátricos causados por alterações na autoimagem, ou seja, na forma como o indivíduo se vê, na sua relação com o próprio corpo e com a comida.
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