Setembro Amarelo e prevenção do suicídio
* Por Fabrício de Oliveira
O suicido é um sério problema de saúde pública, dessa forma a prevenção não é uma tarefa fácil. Uma estratégia nacional de prevenção vem sendo organizada no Brasil desde 2015, nomeada de Setembro Amarelo.
- De acordo com dados do Ministério da Saúde, no mundo, o suicídio é a segunda causa de morte entre jovens entre 15 a 29 anos. Um indivíduo em sofrimento dá alguns sinais e seus familiares ou pessoas próximas devem estar atentos, pois isso pode ser o primeiro e o mais importante passo. Além disso, é importante sabermos que existe ajuda disponível e extremamente necessária nesse caso.
- Os sinais dados pelas pessoas que sofrem não devem ser interpretados como ameaças nem como chantagens emocionais, mas sim como avisos de alerta para um risco real. Por isso, é muito importante ser compreensivo, além de estar disposto a conversar e escutar a pessoa sobre o porquê de tal comportamento, criando um ambiente tranquilo, sem julgar a pessoa afetada.
- Conversar abertamente com a pessoa sobre seus pensamentos suicidas não a influenciará a completá-los. Ao falar sobre esse assunto, você pode descobrir como ajudá-la a suportar sentimentos muitas vezes angustiantes e incentivá-la a procurar apoio profissional.
Alguns sinais importantes que a pessoa com risco suicida apresenta:
- Preocupação com sua própria morte ou falta de esperança.
- Expressão de ideias ou de intenções suicidas.
- Se isolam ainda mais.
Alguns fatores de risco para o suicídio
Transtornos mentais (em participação decrescente nos casos de suicídio):
- transtornos do humor (ex.: depressão);
- transtornos mentais e de comportamento decorrentes do uso de substâncias psicoativas (ex.: alcoolismo);
- transtornos de personalidade (principalmente borderline, narcisista e anti-social);
- esquizofrenia;
- transtornos de ansiedade;
- comorbidade potencializa riscos (ex.: alcoolismo + depressão).
Sociodemográficos:
- sexo masculino;
- faixas etárias entre 15 e 35 anos e acima de 75 anos;
- estratos econômicos extremos;
- residentes em áreas urbanas;
- desempregados (principalmente perda recente do emprego);
- aposentados;
- isolamento social;
- solteiros ou separados;
Condições clínicas incapacitantes:
- doenças orgânicas incapacitantes;
- dor crônica;
- lesões desfigurantes perenes;
- epilepsia;
- trauma medular;
- neoplasias malignas;
Atenção! Os principais fatores de risco para o suicídio são:
- história de tentativa de suicídio;
- transtorno mental (principalmente: transtorno afetivo bipolar, depressão grave, esquizofrenia, transtorno de personalidade e dependência química).
DIANTE DE UMA PESSOA SOB RISCO DE SUICÍDIO, O QUE SE DEVE FAZER:
- Encontre um momento apropriado e um lugar calmo para falar sobre suicídio com essa pessoa. Deixe-a saber que você está lá para ouvir, ouça-a com a mente aberta e ofereça seu apoio.
- Incentive a pessoa a procurar ajuda de profissionais de serviços de saúde, de saúde mental, de emergência ou apoio em algum serviço público. Ofereça-se para acompanhá-la a um atendimento.
- Se você acha que essa pessoa está em perigo imediato, não a deixe sozinha. Procure ajuda de profissionais de serviços de saúde, de emergência e entre em contato com alguém de confiança, indicado pela própria pessoa.
- Se a pessoa com quem você está preocupado(a) vive com você, assegure-se de que ele(a) não tenha acesso a meios para provocar a própria morte (por exemplo, pesticidas, armas de fogo ou medicamentos) em casa.
- Fique em contato para acompanhar como a pessoa está passando e o que está fazendo.
- Reconheça o suicídio como uma escolha, mas não a aceite como uma escolha “normal”.
DIANTE DE UMA PESSOA SOB RISCO DE SUICÍDIO, O QUE NÃO SE DEVE FAZER:
Não condenar/ julgar:
- “Isso é covardia.”
- “É loucura.”
- “É fraqueza.”
Não banalizar:
- “É por isso que quer morrer? Já passei por coisas bem piores e não me matei.”
Não opinar:
- “Você quer chamar a atenção.”
- “Te falta Deus.”
- “Isso é falta de vergonha na cara.”
Não dar sermão:
- “Tantas pessoas com problemas mais sérios que o seu, siga em frente.”
Não falar simplesmente frases de incentivo vazias:
- “Levanta a cabeça, deixa disso.”
- “Pense positivo.”
- “A vida é boa.”
Onde buscar ajuda:
CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde).
SAMU 192, UPA, Pronto Socorro e Hospitais.
- Centro de Valorização da Vida:
CVV 181 (ligação gratuita) ou www.cvv.org.br para chat, Skype, e-mail para falar com os voluntários que dão suporte emocional e prevenção do suicídio a todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo 24 horas todos os dias.
- Profissionais de saúde mental de sua confiança.